#275 - Essa coisa da paciência tem limites

Este fim-de-semana foi de loucos. Como já vos tinha dito, sábado fui para a feira de Grândola com o meu irmão, a namorada, uma amiga deles e um primo meu. Vimos Ana Moura, comemos imenso e ainda andámos em alguns carróseis. Chegamos a casa às 3 da manhã, cansados, gordos e quase a vomitar a comida.Mas pronto. Dormimos bem - falo por mim.

Ora, ontem toca de levantar cedo para ir para um almoço - que paciência. E eu lá fui, muito de contra vontade mesmo sabendo que ia ver o meu primo - e é nestes momentos que eu digo que preferia ficar em casa. Como ele e mais dois primos meus tinham ido para a praia chegaram mais tarde. Comeram e deviam de ser umas cinco quando quiseram ir para a praia. "Vens?" - perguntaram-me. "Não, eu fico aqui, não tenho biquíni nem toalha." O meu primo acabou por insistir comigo, talvez porque soubesse que não me ia ver mais, mesmo estando cá esta semana toda. E eu fui. Não podia ir à água por isso fiquei com os óculos dele na cabeça. E foi aqui que deu barraca. Quando voltamos para o almoço, ele teve de ir levar um primo a casa, mas voltava, por isso eu fiquei com os óculos - que já não me lembrava de existirem na minha cabeça. O que eu menos sabia é que me ia embora antes de ele chegar. Já não me lembrava que os tinha na cabeça, já não os sentia, e ups, trouxe-os para casa comigo. Isto deu porcaria, claro que deu. O menino começou a dizer que eu não os devia de ter levado e que os queria de volta e blá blá blá. E eu pedi-lhe mil vezes desculpa, e ele a reclamar comigo - comecei a sentir-me mal. Ontem ele lá percebeu - acho eu - que já estava a abusar um bocadinho e acalmou-se.

Hoje de manhã, já tudo mais calmo disse-lhe que o meu pai os levava para o trabalho e que o meu tio passava lá. E não é que o raio do moço mesmo assim começou a mandar vir comigo?! "Eu vou dar muito trabalho, porque já dormi na casa deles hoje, e ainda tenho de lhes pedir para passar lá? Não faças isso, olha que estou a falar a sério." Ora, então mas nem sim nem sopas?! E ainda me disse "tu é que devias passar aqui e traze-los!" Claro que eu me chateei a sério, passou dos limites. Eu posso gostar muito dele, e posso gostar ainda mais por só estar com ele três dias por ano, mas a minha paciência tem limites. Queria tanto os óculos e não podia pedir aos tios para os irem buscar num instante? Ò jovem, decide-te. É quase infalivel  -  cada vez que estamos juntos, chateamo-nos sempre. Cada vez penso mais que não vale a pena ir a estes almoços, nem mesmo por ele. Porque, de acordo com as suas teorias magnificas, eu faço sempre asneira.

E prontos, depois deste desabafo, digo-vos que hoje vou espairecer e sair com a minha melhor-amiga. Estou super em baixo, não tenho paciência para essas coisas. E vocês? Até onde vão hoje à tarde?

É assim que começo o mês de Setembro, chateada, triste, com lágrimas nos olhos.