#322 - Transforma-os em qualidades

Só me apetece chorar, desistir dele e um pouco de todos. Quero esquecer aquele rapaz cinco estrelas que já tem carta, que me sorri em todas as aulas, que gosta de ver Inception. Aquele rapaz por quem me apaixonei, com quem tive momentos íntimos em sítios públicos. É tímido, sim, e por mais que não admita, se algo de mal me acontecesse ele era dos primeiros a ir ver-me onde quer que estivesse. É um não-romântico, assim como eu sou, mas por mais que não queira, o lado mais doce dele revela-se sempre comigo. Assim como eu me revelo com ele. E quando damos por nós, estamos os dois a dizer disparates sensíveis. É estúpido, é, sem dúvida. Mas eu gosto dele assim e nem as coisas mais infantis vindas de um rapaz de 18 anos me conseguem envergonhar. E tem, sem dúvida, o seu jeito, a sua maneira própria de ser, de estar, de fazer, de pensar e dizer as coisas. E nem a sua maneira, às vezes exagerada, me faz desistir dele, me faz pensar duas vezes se é daquele rapaz que gosto mesmo. Não me desiludo com nada, porque é sempre daquilo ou mais que estou à espera vindo dele. O amor é cego, e não vê defeitos.